terça-feira, 21 de julho de 2009

Máscaras



Sempre tomei como vantagem
No meio da multidão
Ser como o camaleão
Habituada a fundir-me na paisagem
*
No fundo da gaveta, embaixo do meu leito
Guardo as máscara que me escondem o rosto
O cadeado é forte e robusto
A chave levo encostada ao peito
*
Uma é um sorriso amarelo e desgastado
Outra é a minha fala curta e vazia
Escondo o que sinto com indiferença e enfado
Guardo para mim o que penso em demasia
*
Luto contra a ilusão
Mas é doce a satisfação
De algo só meu e secreto
*
Enoja-me pensar como era tratada
Antes da minha imagem estar mudada
Aperfeiço-ei as máscaras ao ser ignorada
E agora são elas que me mantêm aprisionada
*
Mas o teu toque é libertador
Enternece o que agora é pedra a quebrar
Baixei as defesas para te deixar entrar
Mas ser transparente ainda me enche de temor
*
E cresço em mim a coragem
Para arrancar a chave do meu peito
Queimar as máscaras em baixo do meu leito
E lançar as cinzas na aragem

1 comentários:

Inês disse...

É saudavel deixar alguém entrar, contudo é preciso prudência...há tanta maldade lá fora.