segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Deleita-me com as tuas mentiras



Vem, senta-te ao meu lado, fala-me da tua vida
Recostas-te no divã para que te acaricie os cabelos
Cedo-te o meu regaço para que descanses da pesada lida
*
Diz quanto me amas
Conta-me o quanto me aprecias
Relata-me como o teu coração arde em chamas
Deleita-me com as tuas mentiras
*
Sussurra-me ao ouvido palavras de amor
Anseio pelas tuas falsas carícias
Tão falsas e cheias de malícias
Julgas manter-me cativa do teu encanto
Mas a minha vingança já arde em lume brando
*
Virá a noite em que chorarás copiosamente em meu peito
Mas eu não te cederei o meu leito
Esquece que fui tua mulher e tua amante
Recuso-me a voltar a contemplar o teu semblante
*
Com mentiras me adocicaste os ouvidos
Palavras meigas envenenadas pela tua dupla face
*

Pede me perdão
Ajoelha-te no gelado chão
Mas afasta-te de mim
O teu engano chegou ao fim

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Volta




Frio, sinto tanto frio
Para onde escapou o calor
Que aconteceu com todo esse amor?

Meu coração vibrava em plena luz
Agora reflecte a cruel ironia
Da vida passageira e fria

Volta, volta para mim calor
Suave entorpecimento
Abençoado esquecimento

Mas foste perdido ou fui rejeitada?
Fui julgada indigna?
Fui amaldiçoada?

Quero sentir
Não me será concedido
Quero viver
O meu espírito está perdido

Rujo sim no interior
O meu exterior é concha oca
Odeio as palavras na minha boca
São futéis e exuberantes
Não merecem militantes

No conforto da noite peço com ardor
Rogo pela volta do calor
Do precioso sentir
Antes do som do meu coração a partir

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Gota, a gota


Gota, a gota, o líquido bate no fundo do frasco.
Gota, a gota, até que toque o gargalo.
E seus olhos não desfocam da suave imagem do líquido vermelho intenso que beija o suave cristal azul, cor do oceano profundo.
Da doce tarefa que se impôs poucas gotas é tudo o que resta. Sim, é doce e justa, necessária após a fatídica noite em que ele lhe feriu a pele e trespassou a alma. Não sendo capaz de satisfazer a sua vingança no causador da sua ferida, outros como ele pagariam a amarga dívida de se atravessar no seu caminho.
Sim, e gota a gota encheria o frasco até que esse sangue contaminado pela podridão do espírito do seu senhor viesse satisfazer a sua mágoa e finalizar o seu propósito.
Bela como o sol de Inverno e formosa como uma pintura saída da mão do mestre, brinca com os corações com a habilidade que a costureira impõe na sua arte. Oferece o leito mas nunca a si mesma, pois aquele que a teve fê-la jurar que seria o último. Ela caminha, sozinha, pelas ruas frias e cinzentas, para levar a sua arte aos covis da maldade exercendo a sua sede de vingança nos ignorantes alvos. Ah, se eles soubessem entenderiam, mas ela nunca lhes daria essa misericórdia.
E prosseguia, nunca satisfeita até que, gota, a gota, o fluído beije o gargalo e a sua dor jaza enterrada com o suave cristal azul, cor do oceano profundo, para sempre carregado do seu vil conteúdo.

Amor Negro



Bela, pura e angelical.
Sua pele de alabastro reluzia com a luz do luar. Lábios encarnados como sangue manchavam a pureza do seu rosto, cinzelado parecia, por mão de hábil homem. No mar dos seus olhos perdia-se o mortal, cativo da beleza selvagem e fatal que exalavam. Cabelos longos, negros, lisos emolduravam o seu rosto e desciam até tocar o seu regaço. Assim, como a escuridão dos seus cabelos, o manto que trazia à sua volta envolvia-a da mesma forma que a noite pairava no mundo.
Montando no seu cavalo forte, da cor da terra fértil, os seus lábios tocavam-se suavemente enquanto murmurava em língua estranha e finas cortinas de lágrimas deslizavam por ambas as faces. Ele não podia entender as suas palavras mas sentia. A dor presente em cada entoação da sua voz que inflamava a sua alma da mesma forma que a dela latejava. A sua voz misturava-se com a doce brisa do bosque. Aproximava-se trazendo-lhe além dos cheiros familiares, a pinho e a terra fresca, o odor de sal, mar, areia fresca e algas toldava-lhe os sentidos.
Parou. Desceu do cavalo e os seus olhos penetraram na sua alma sugando tudo o que havia até só existir o presente, só sentir a ondear do vento no rosto, o cheiro dela, o coração batendo descompassado, o seu toque…
Como num sonho demasiado real, os seus lábios tocaram-se. Podia sentir a sua pele húmida das lágrimas que ainda escorriam como grossas pérolas. Ela ainda murmurava naquele idioma desconhecido. Mas depressa reconheceu aquelas doces palavras . Ela suspirava o seu nome e pedia: “volta a mim”. Ele morreu naquele momento e reviveu de novo. Contemplou-a sem a névoa que esbatia a sua figura. Sem ver a carne, saboreando a sua alma. Amou-a. Lembrando quem era levou-a consigo até à possante montada.
Tomando-a nos braços perderam-se por entre a névoa daquela noite negra, onde sobre as copas das árvores ainda resplandecia o luar prateado.



terça-feira, 13 de outubro de 2009

A História se repete...


O meu nome é Alessa. Nasci em Maio de 1972 num dia radiante de primavera. Desde nova soube que morreria jovem. Não sei ao certo o porquê. Comecei com sete anos a ouvir as conversas dos mais velhos e a captar cada palavrinha como se fosse uma pequena esponja. Aos treze anos sabia mais do que deveria. Foi por esta altura que pararam os pesadelos com cadáveres. Sim, porque em criança eu tinha uma razão muito especial para recear o escuro: via caveiras, dentes e olhos assassinos a toda a minha volta. Odiava a hora de ir dormir e sofri de insónias por essa altura. Durante algum tempo pararam. Alguns anos depois começaram os namoros. Nunca fui capaz de mostrar a nenhum deles mais do que a máscara que punha para todos os outros. Algum dia entenderiam? Como alguém poderia compreender que eu sonhava o futuro? Quem acreditaria se eu dissesse que nunca estava sozinha no meu quarto mesmo quando estava a casa vazia? Quem não me acharia louca se eu admitisse que sei que não me resta muito tempo neste mundo vazio e oco de emoções fingidas em reacções que não são sentidas?
Oh rio fundo e frio que reflectes a minha imagem na tua superfície corrompida pela sujidade da sociedade, que farei? Tirarei a minha própria vida? Lançarei meu pé sobre o corrimão e desistirei sem luta? Como enfrentar o meu destino que conheço tão bem como cada palma das minhas mãos sem apoio? Sem ninguém que partilhe o meu fardo e me faça rejeitá-lo? Tantas perguntas sem resposta e tão pouco tempo para resolvê-las. Esta noite, sonhei pequenos flashes da minha vida. E apercebi-me que este era o dia em que teria de decidir. Olho à minha volta. Parece que a história se repete. Rogo às águas que me apertem nos seus braços de gelo escuro. Peço aos céus que a minha alma alcance a paz e quebre a maldição que se prendeu à minha carne. Tu que encontraste a minha carta imploro-te que a guardes bem e ofereças a ajuda que não me foi concedida para que esta tragédia não se propague à próxima geração…





Dia 7 de Janeiro de 1992

domingo, 27 de setembro de 2009

Are you happy now?


Walking down the pavements
I'm staring at you
You just don't look

I'm getting exausted
Of your childish acts
Why don't you just face me?

Are you scared of admiting
The shit you did
That only makes things worse

Today I'm just sick of waiting
Now you're going to say it to my face

Why did you lie to me?
Why did you just used me?
Why don't you look me in the eyes
Tel me: ARE YOU HAPPY NOW?


You just keep pretending
Everythings the same
Nothing ever changed

Don't run from the true
One day, we both know
You pay for the wrong you done

Even this world is unfair
What goes around
Comes around

Why did you lie to me?
Why did you just used me?
Why don't you look me in the eyes
Tel me: ARE YOU HAPPY NOW?

And as the blood in my veins
Getting warmer
In every step I take

While I'm walking to the inevitable
To the feared certain
To the final approach

The I'm gonna ask you
If all the lies, all the anger
All the suffering and hurt

Was it worth it?
Are you happy?

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Cara fantasia



Sob a floresta densa da minha mente
Escondida entre o turbilhão do passado dia
Como algo que por demasiado tempo esteve dormente
Revela-se ainda a minha cara fantasia

Ainda sonho com uma noite de Verão
Em sentir entre os meus dedos a relva fofa do prado
Deitar-me sob o céu estrelado
Enquanto seguras a minha mão

E como uma gota de orvalho
Que cai e escorre pela minha pele
O teu beijo é doce como mel

Meu
Pecado fatal
Tua
Culpa afinal
Sem
Controlo Real
Com
Incerteza Tal
Sou
Presa mortal

Sei que sigo o caminho sem retorno
Pois já me sinto sem rumo e perdida
Mas determinada a trocar a existência pela vida

Acredito num amor sem imposições
Onde renasce o imprevisto e a descoberta infinita
E só importa o bater de dois corações

terça-feira, 21 de julho de 2009

Máscaras



Sempre tomei como vantagem
No meio da multidão
Ser como o camaleão
Habituada a fundir-me na paisagem
*
No fundo da gaveta, embaixo do meu leito
Guardo as máscara que me escondem o rosto
O cadeado é forte e robusto
A chave levo encostada ao peito
*
Uma é um sorriso amarelo e desgastado
Outra é a minha fala curta e vazia
Escondo o que sinto com indiferença e enfado
Guardo para mim o que penso em demasia
*
Luto contra a ilusão
Mas é doce a satisfação
De algo só meu e secreto
*
Enoja-me pensar como era tratada
Antes da minha imagem estar mudada
Aperfeiço-ei as máscaras ao ser ignorada
E agora são elas que me mantêm aprisionada
*
Mas o teu toque é libertador
Enternece o que agora é pedra a quebrar
Baixei as defesas para te deixar entrar
Mas ser transparente ainda me enche de temor
*
E cresço em mim a coragem
Para arrancar a chave do meu peito
Queimar as máscaras em baixo do meu leito
E lançar as cinzas na aragem

terça-feira, 30 de junho de 2009

Criança da Luz




Criança da luz
Maravilhosa criatura resplandecente
Há algo na tua forma que me seduz
Tornas-te dona da minha mente

Sonho toda a noite até ao desperar
Com o fruto da que o sol pode amar

Teu nome é aurora, doce deleito
Doce luz que anuncia o fim das trevas
Chamas os mortais do seu leito

Eles dizem: guia-me estrela
E tu os conduzes com carinho
Pelo tortuoso caminho
Insistem: Agradeço-te, oh! querida dama que vela

Mas eu sei
Criança da luz
filha da lua, eu sei
quem és tu

Guardiã do sono agradável e restaurador
Guia o passo trémulo do sonhador
Pelas veredas do segundo mundo

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Beleza Negra









Pele espessa como couro
Corpo rijo como diamante
Mente que urge pelo que é dos sábios o ouro
Mas a alma é como pena errante



Pelo vacúo absorta
Procuro a saida fácil
Pois temo que a delonga morta
Me engula e desfaça ágil



Porém não escapei ilesa
À gula insaciável e fervente
Dos monstros da minha mente
Que me mantinham sua presa



Da marca na minha carne sangue escorria
Permanece como a ferida do cristal
E lembro então que embora lute com teimosia
O meu corpo ainda é mortal






sábado, 2 de maio de 2009

Sou



Sou ser etéreo, alma efémera que desaparecerá um dia da mesma forma que a gota de água se funde na terra.
Sou feita da névoa inebriante exalada pela noite negra e aconchegante, banhada pelo sol recém-nascido, beijada pela doce chuva.
Fundo-me com a água, sinto a erva morna entre os meus dedos, bailo com a brisa mansa, sinto fogo ardendo em meu sangue, chama que me mantém viva.
Sou como as sombras que bailam à distância de um relance, levemente tocadas por um olhar, descansando em altas e fortes árvores, protegendo-me, escondendo-me dos que me feririam, nunca permitindo que soubessem a minha existência.
Por ruas empoeiradas andei, rasguei os meus pés descalços nas pedras afiadas que se escondiam entre o caminho.
Eu era como um sonho. Vês-me. Sabes que estou lá. Mas não me poderás tocar. E no fundo sabes isto. Sabes que sou como uma estranha tontura que te toma e te liberta não deixando rasto senão o da leve memória.
Tive de correr. Lutar. Cortar os aguçados fios, resistentes como aço, que me prendiam e cortavam a carne, mantendo-me no meu lugar, impedindo-me de ser tudo o que poderia ser.
Não era de ninguém nem ninguém era meu. Livre como a corça selvagem que experimenta o vento indomável.
Mas foi no auge deste sentimento que ele surgiu eu. Que nasceu para mim. Acarinhado pela luz do sol, lavado pelo orvalho que vem com a aurora olhou nos meus olhos invadindo o fundo da minha alma. Como poderia dizer não a tão solene pedido?
Seus braços fortes envolveram-me no ardente calor dos seus lábios, despegando-me do meu sonho para alcançar o nosso. Fogo vivo ardia sob a minha pele contaminando o ar à nossa volta. A erva fresca foi nosso recreio entre sussurros e sorrisos.
Foi o único a chegar até mim. Aquele que tomei como meu. Não me libertei de quem não queria ser libertado por mim. Tornando-nos um só, um só sopro, uma só mente…
Ele é quem disse não ao negrume da vida para viver a minha existência etérea, efémera, que não seria recordada por ninguém a não ser pelos corações quebrantados que sonham com a liberdade da mente e do coração.





quarta-feira, 22 de abril de 2009

Ephemeral soul






I'm an ephemeral soul
Made with the night mist
Bathed in the newborn sun
Kissed by the sweet rain.

I walked in the dusty roads
Sleeping in tall and strong branches
Hiding for those who would try to hurt me
Not letting them know about my existince

I was like the shadows
You know I'm there
Sometimes you see me
But you'll never be able to touch me

I ran
I fought
Those cutting strings
That tried to held me in my place

But when he came
Touched by the sun
Eyes that invaded my soul
I just couldn't say no

He was the first one to reach me

terça-feira, 24 de março de 2009

Muda





Por todo o lado vês caras familiares.


Rostos comuns... Todos iguais, todos sem expressão...


Caminham em sentidos diferentes... Mas todos rumam sem destino algum... Voltam para o mesmo sítio todos os dias... Mas o destino? Será mesmo esse?


E é engraçado, mas não deixa de ser triste.


Pessoas correndo em círculos sem destino algum.


Falam do comum mas nunca do diferente.


Vidas gastas em "politicamente correcto".


Mas que mundo louco esse.


Mortos em vida.


De facto, os meus melhores sonhos são aqueles em que morro.


Morro para esse mundo de perdição.


Renasço para o mundo verdadeiro.


O mundo em que sentir não é fraqueza, chorar é expressão, rir é beleza, falar é arte, amar é a força indomável da natura.


Não há renascer sem morte.


Não há vida sem sofrimento.


Não se aprende o amor sem conhecer o desamor.


Não "és" sem deixares de ser.


Não aprendes a verdade sem esqueceres tudo o que a sociedade ensina.


E quem é essa sociedade tão correcta?


A sociedade és tu e eu. Em nós reside a força de voltar as costas ao pesadelo e rumar para o sonho.

Valeu a pena?


Consegues olhar-me nos olhos e dizer que estás feliz agora?


Depois de tudo?


Sim, continua fingindo que não se passa nada.


Não deixes de agir que o mundo não deu uma volta de 360º graus.


Ambos sabemos.


Não fujas à verdade inegável.


Sabes tão bem que o dia chegará.


Um dia irás pagar pelo mal que fizeste.


Por muito injusto que esse mundo seja, essa roda louca nunca pára.


E tão certo como o fluir do sangue nas minhas veias.


Como o vento forte que brinca no meu cabelo e o atira para trás dos ombros... enquanto caminho, para o inevitável, para o certo bem temido, para o confronto final...


Aí vou-te perguntar, se estás feliz agora?


Se toda a farsa, toda a dor, toda a fúria, toda a traição...


Valeu a pena?


Estás feliz agora?

O amor






Amor é droga, é fantasia, é dor, é desalento, é felicidade pura, é vida, é sonho, é a junção do todo e o conjunto do nada.



É a coisa mais inexplicável e assoladora do mundo.



Nunca vais poder domar o teu coração, mas sê forte e ultrapassa a dor de cabeça erguida.



Não há definição, não existe compreensão capaz de entender...





.....



Somos crianças eternas num mundo que nos é desconhecido.



Somos como adolescentes teimosos que julgam saber tudo e descobrem sempre algo novo ao virar de cada esquina.



O amor existe em tantas verdades que jamais absorveremos a sua profundidade... Nem convém desejar sabê-lo... Apenas que saber que é a única coisa imutável nesse planeta.



Ternura, carinho, paixão, amor... todos as têm no coração.



Apenas somos cegos ao procurar a pessoa certa a quem entregar o coração.



E cegamente e em solidão caminhamos até que as nossas mãos tocam outras, quentes e macias, e subitamente não estamos mais sós...





domingo, 15 de março de 2009

Não me podes prender


Na escura masmorra do meu desespero
Na noite sempiterna que me envolve
Na dor sufocante que me assola
Estas paredes frias sufocam a minha voz

*

Mergulho no tunel escuro
A tua presença me acompanha
Não te veijo mas sei que estás lá
Ansiando pela minha queda
*
Não posso ser presa
Não sou força domável
Não me podes ter
Apenas me sentir enquanto eu assim desejar
*
Não me tentes prender
Porque assim que me puseres os grilhões
Na manhã seguinte escaparei
E como um fantasma desintegrar-me-ei

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Para corações feridos



Gostava de ser o ar que escapa por entre os teus lábios...
Gostava de ser a brisa que afaga as tuas faces...
Gostava de ser os teus lençóis onde repousas todas as noites para poder sentir a tua pele...
Gostava de ser o raio de luz que todas as manhãs te beija os olhos para te acordar...

*

Gostava

Desejava

Sonhava

Contigo, com o teu cheiro, o teu calor, os teus beijos e carinhos...

*

Já não quero,

Nem desejo,

Nem sonho...

*

Só te quero fora

Fora da minha vida

Fora da minha cabeça

Fora do meu coração

*

Quero ser feliz

Mas não preciso de um homem para isso

Há amor puro na amizade

Força na vontade própria

Só preciso de mim mesma

Ser forte e persistente

*

Não verto mais lágrimas pela tua vergonha


Só, penso e escrevo


De lápis na mão

Em reconfortante solidão

Olho em volta, pensando, e escrevo...

"Poderia algum dia sentir o mesmo enlevo?"

Alcançar grandes feitos

Ter poder e dinheiros

Não é o que todos querem?

Por isso no final todos perdem

Perdem vida, amor e paz

Não conservam momentos que jamais voltaram atrás

De que vale a riqueza e o poderio

Quando a vida é como um rio

E quando o teu dia na foz chegar

Expira uma última vez e rende o teu ser ao mar

Recordação


Lágrimas
Lágrimas de contentamento
Lágrimas de amor
Lágrimas por profundo sentimento
Choro sentido de dor
*
Sinto bem presente
Cada lágrima que acaricia o meu rosto
Sinto nos meus lábios o seu gosto
Até que cai na folha de papel na minha frente
*
Todas as noites me deito contigo no pensamento
Em cada madrugada acordo repentinamente
O teu fantasma volta para me assombrar repetidamente
Quando pensar estar segura as recordações trazem-me o desalento
*
Lembro me como sempre te esperava
Junto ao velho carvalho aguardava
Impaciente com as mechas do meu cabelo brincava
*
Até que no caminho te via
Sorria e para os teus braços corria
Abraçavas-me sempre com tanta alegria...
*
Ao caminharmos por entre as árvores do bosque despido
Os nossos pés faziam música no tapete colorido que se estendia
Recostávamo-nos na folhagem macia
No teu peito cerrava os meus olhos e sussurava o meu amor ao teu ouvido
*
Mas com o Inverno o frio chegou ao meu coração
Na flor da tua juventude partiste para regressar jamais
No silêncio do meu quarto dei largas à minha emoção
O meu amor não voltaria para mim nunca mais
*
Na noite escura me esgueiro
Com os olhos secos e coração cheio
Voltei aonde antes te amei
Uma última lágrima ali derramei
Com carinho e esperança o meu ventre acariciei
Com um largo sorriso nos lábios chorei
*
Chorei porque não estavas a meu lado
Chorei poque nunca mais te beijaria
Jamais te estreitaria num abraço alongado
Jamais te amaria
*
Não iria acordar todas as manhãs na tua cama quente
Não envelheceria contigo
Não cuidaria de ti quando estivesses doente
Nem conheceríamos o mundo desconhecido
*
Amaldiçoado quem te levou de mim
Quem rasgou a felicidade do meu coração
Abençoado quem não permitiu que não fosse ainda o fim
Quem me deu uma última recordação.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Haunting my bruised soul



Once again I shut the door
Don't wanna hear those screams no more
I'm gonna close myself inside
And that's when I start wondering why...
*
How come
Always
When I think I'm safe at last
You, somehow, reach the surface
And haunt my bruised soul again
*
I locked the windows
turned the music so high
"Might then I stop hearing them"
But the images on my mind kept going
*
How come
Always
When I think I'm safe at last
You, somehow, reach the surface
And haunt my bruised soul again
*
I was feeling like I was breaking apart
I was fearing to face it once more
I was sensing the scars opening in my flesh
Then the door opened and I saw
*
How come
Always
When I think I'm lost again
Your love shines trought
And the warm within your arms shows me the nightmare is over

Amantes




Dois rumos ligados
Duas vidas perdidas em amores
Que se confrontam perante os dissabores
Que assombram os que amam e que são amados
*
"Quero-te sentir
Quero-te amar
Quero-te pedir
Que aceites o que te quero dar"
*
Por entre os lábios de um amante
Ondulam as palavras dulcíssimas

Que acalentam o meu ser
*
Cada manhã que me levante
Quero relembrar as suas faces amantíssimas
Que numa mirada fazem o meu corpo estremecer
*
Perante o espelho posso ver o meu rubor
Que se me dá? que sinto eu nas minhas vísceras queimar
Oh! meu amor
Tu és como a febre que não quero curar
*
Passo os dias ansiando a noite chegar
Quando me debruçarei na janela e verei
Aquele que desejei
Que todo o dia aspirei nos seus braços me estreitar
*
O teu bafo quente no meu rosto
Os teus braços fortes e calejados
A tua pele de áspero gosto
Queimada pelo sol flamejado
Mais uma das marcas do teu passado
*
Tantas tribulações viveste
Na tua jovem vida
Como eu ansiaste pela despedida
Da vida insípida que não escolheste
*
Agora que me sinto junto a ti
O meu coração encontrou um lar
Jamais te irei deixar
Jamais partirei daqui